atrás da máscara
és como mais um
que passa em meio às gentes
em multidão
antes do sonho
incógnito
sem óculos escuros
danças um samba
(verdadeiro ou falso)
de um bloco de carnaval
mas espera
esse é meu modo (imprudente)
de ver-te
limito-me ao caminho inverossímil
e sigo
entre espinhos e cardos
falho da imaginação
que te faz sambar
é estranho que não te compreenda
dançarino fantástico
entre quem sou e tua fantasia
haverá um sentido
somos animais da mesma espécie
só (ainda) não entendi quem sou
talvez tu sejas quem eu devesse ser
ou tentar
(num esforço final)
talvez
(em doses homeopáticas)
seja tempo de viver tua tensão afinal
é apenas carnaval
Rio, fevereiro de 2013