sábado, 12 de dezembro de 2009

OLVIDO







fui jovem
tenho medo de lembrar
a alegria de o ser

não sei como cheguei
- por onde
que trilha que estrada que mar? -
ao que me tornei

não esqueço as horas claras
os beijos as noites
onde momentos foram deuses

sei bem que vivi
sei cada palavra dos gestos que tentei
mas agora percebo só o rumor
de meus passos incertos

de tudo muito pouco resta
nada é acaso
quase sempre sei que sou eu

como um vestígio
de repente é silêncio

e toma-me conta
a pura memória de haver vivido
o que é olvido

Rio, dezembro de 2009





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