sábado, 24 de dezembro de 2011

AMOR E VIDA



tanto amor tanta saudade
tanta proximidade 
em busca do tempo e da verdade
que os juntarão


vestígio do que foi triste
em local incerto existe
esse amor de paixão
a romper-me o coração


teus olhos são amor maior
quando prometem
o futuro que ainda não chegou
de um passado que já passou


o amor presente
contém a dúvida
amo intensamente
esta vida


não me falhes não me fujas
basta que vivas a verdade
e faças tua honestidade
superar o que te acusa


Rio, dezembro de 2011.





FELIZ NATAL





na véspera de Natal vaga a saudade
de velhos amores de tantos amores
de olhares brilhantes mirando desejos
fantasias como o cavalinho de pau


saudade de meus avós mitos do amor 
saudade da ternura dos olhos de meu pai
lembrança de alegria
em torno à mesa à espera do brilho 
da árvore dos presentes
Natal de quem fui  


na véspera deste novo Natal são meus netos
Aninha Alice Pedrinho e...
Lucas
que em breve estará 
futuro de um presente feliz
Natal de quem sou


sou também nesta véspera amigo
amigo de meus amigos
no solidário abraço de afeto
a lhes desejar o Bem
e o Bom do ano que vem


salvo o abraço apertado
para quem no futuro nem tão distante
vencerá etapas do conhecimento 
para ganhar a vida do Bem
com dois jovens amigos fica a memória do coração
de quem os ama também. 


Feliz Natal!




23 de dezembro de 2011.



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A PERSISTÊNCIA DO AMOR





deixei o tempo passar
antes de tudo entender
deixei por vezes de amar
depois de acontecer


ah! neste breve jardim
tudo foram espinhos e flores
mas o perfume
perpetuou-se em amores


a verdade no tempo ficou
testemunha de quem sou
não nunca mudei
sempre fui quem eu bem sei


amei amo amarei
a música que meu sonho embalou
o amor que me visitou 
as palavras que dele cantei


assim ainda desperta
minha alma é descoberta
de que o amor existe
e teimosamente persiste  


Rio, dezembro de 2011.




UM CANTO



[1] de um escrito no FaceBook

"ah! você sabe de tudo
já sabe que sinto saudade
já sabe bem que o amo
o que dizer mais?" [1]

há-que dizer tudo 
mas o que disse basta
o resto deixa adivinhar

a hora flui
há-que viver o momento
e fazê-lo eterno
enquanto durar

***

ah! eu não sei tudo
sei quem sou sei que amo
sei que sinto saudade
mas de seu amor que sei eu?

sei que é ventura
sei que a desejo pura
mas invejo mil vezes
o que fará por alguém [mais]

ah! eu sei que desejo
o amor enquanto dura
mas que seja eterno
enquanto ainda sou

***

no sonho abstrato da paixão
nada peço 
que a prenda do amor e da saudade
a guardar por toda a vida 


Rio, dezembro de 2011.





sábado, 10 de dezembro de 2011

UM BEIJO





um beijo é só um beijo
mas o que me destes 
não me deu paz
no transitório e incerto de um só beijo


se não fora outro beijo
e outros e mais outros
ah pudera não serem diferentes
nem diversos
do que é um beijo
e toda graça de amar
um amor que se começa a adivinhar




Rio, dezembro de 2011.



UM OLHAR





ao olhar-te quando te olhei
inquisitivo
amei-te na frieza sem sentido
do amor escasso


olhei um olhar apenas
não me olhastes
os olhos frios
sem espaço


olhar de vidro 
opaco
reverberando tuas penas
no irreal de nada ser


um olhar 
sem brilho é só visão
mas amei-te intensamente
tanto quanto sou
memória e coração


Rio, dezembro de 2011





quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

CANTIGA FORA DO TEMPO



se por outro me trocares
se for para me deixares
não esperes testamento 
nenhuma justiça
serei apenas aquele que morreu


lá no etéreo serei esquecido
mas jamais esquecerei
o tempo embevecido
que a teu lado vivi


não há nem bem nem bom
nem qualquer toque  
que me salvarão da saudade
de quanto valeu a vertigem
tão breve tão curta tão linda 


na ilusão dos sentidos 
esta alma que é tua
ao teu lado há de ficar [2]
para contigo repicar
o bom e o bem de viver


tanto tempo tão pouco
para ao teu lado estar
mas se é para me deixares
quero gozar o momento
antes de acabar.


como será por dentro sonhar
de não partir e ficar


ah se pudesses saber o que sinto
talvez não me deixasses partir
não minto
do bem que me traz tal sentir


por isso guardo comigo
o que não é de ninguém
nem mesmo reparto contigo
o querer que não pude ter


Rio, dezembro de 2011.


[2] Camões