quarta-feira, 1 de junho de 2011

BEIJO LOUCO









de tanto amor e beijo apaixonado
deixei-me sucumbir
como se cada beijo me fosse dado último
como se não houvesse outro para dar


o tempo foi passando
rodou tanto que cheguei aqui
foram tantos tantos escolhi
que os lábios secos
já nem beijos dão


mas o teu beijo tão apaixonado
vale a vida toda
vale os beijos que já consumi
vem vem sem hesitar
dar-me tua boca
por teu desejo sempre muito louca
vem que te quero amar


vem
porque se não vier
vou te ver aí


Rio, maio de 2011















PESCADOR





fui pescador 
tudo era claro


muito gozei
naquilo que pequei
muito esperei
em quem eu muito amei


nunca dormi sobre o abismo
nem por amor nem por pecador
pequei e fui pescado
tudo ganhei
tudo perdi
mas hoje sei
eu fui bem amado


Rio, maio de 2011



PRECIPÍCIO



‎[improviso] Para o poeta Filipe Couto




nenhum amor beira o precipício
nem um precipício vale tanto amor
nunca perguntei porque amava
nunca amei sem me perguntar


na minha vida ainda inacabada
o amor chegou
o amor partiu
por pontes altas sempre no abismo
o precipício nunca aconteceu...




Rio, maio de 2011




Nota: poemeto de improviso para refletir sobre a bela letra de 






Só Amor

"Se é amor o que faz sentar
à beira do precipício
e esperar, como pescador,

sem saber como, nem quando,
nem donde virá teu sorriso;

então, é amor

(só amor)o que sinto."





Terceira idéia [de novo, de minha lavra, ainda atado ao que diz Filipe]:



PESCADOR



fui pescador 
tudo era claro

muito gozei
naquilo que pequei
muito esperei
em quem eu muito amei

nunca dormi sobre o abismo
nem por amor nem por pecador
pequei e fui pescado
tudo ganhei
tudo perdi
mas hoje sei
eu fui bem amado

Rio, maio de 2011








terça-feira, 31 de maio de 2011

MUCH ADO ABOUT NOTHING...





é morte em vida o amor pleno de doçura  
cheio de amargor
nesse tu e eu sem qualquer memória
a romper o fio
desse ribeiro tenro que se torna rio
e inventar a dor


bate a água clara em recantos duros
nesse navegar de encantos quase todos puros
a perder sentido ímpeto e história
onde urgente é permanecer 


mas da abstrata dor sei fazer prazer
e o amor cantar onde não é simples ser
só 
quando te ausentas
e a doçura de teus olhos já não me sustenta


doce e rude levarei sem ti o toque da lembrança
da claridade em obscura sombra
no que vazio estou cheio de esperança ...


Rio, maio de 2011.





A NATUREZA DO AMOR





tenho medo do ruído do nada
silêncio sem aparente saída

o presente é a verdade
da estrela que mais além brilha



o presente é a natureza do amor
que é toda esta canção 



futuro buscado dentro de ti
no sentimento do tempo

essa música não cessa
e não se inspira no engano 

do sentimento perdido 
no mal amado passado 


Rio, maio de 2011



sábado, 21 de maio de 2011

SONETO [impromptus] do FIM DO MUNDO





num dia de morrer o fim do mundo
em plena escuridão
serei eu e você e mais ninguém
em escandalosos beijos de paixão


viverei o último minuto
mordendo os lábios da saudade
do instante que vivi
trespassado de alegria em pleno horror


os lábios sossegados
ressecarão molhados pelos seus
finalmente minha única razão


já em repouso o dia que anoitece
esquece o tempo
para lembrar apenas que fui seu


Rio, maio de 2011.





sexta-feira, 20 de maio de 2011

CANTA CORAÇÃO





se o amor Camões cantou tão docemente
só me resta navegar um vago rumo
nesse largo mar do amor de amar
verdadeiramente


meus são meus fantasmas e teus sonhos
a adoçar-me a boca
no ribeiro raso da esperança


sei que minha só a falsa vida
tão veloz quanto vazia
de teus beijos mordendo a solidão


amante és feroz na alegria
que me trazes no meu tempo tão tardia


navegar sem rumo
amar sem prumo
só me resta cantar esta canção


canta coração




Rio, maio de 2011.