domingo, 21 de setembro de 2008

NASCER DE NOVO





Se eu nascesse hoje
tudo quanto fui
teria o adeus sem pranto
do sonho que a penumbra de um útero
deixou p'ra traz...
Serei eu de novo mas comigo
seguro de meu tempo
e dono do que quis
no tempo inconsequente
sem história.
Há saudade difusa nisso
talvez do que amei
com certeza do que deixei de amar
em terra estranha
onde vivi cativo
sem o encanto do meu mar.
Se eu nascesse hoje
tudo que sou
não seria mais.

Cambridge, 20 de setembro de 2008.

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