terça-feira, 21 de julho de 2009

O MEU ABISMO





[além do real é consciência]

à beira do abismo não o alcanço
fica atrás do vento
profundo na pupila

um grito
eco

desço a pedra em nua solidão
peço tempo
Deus vacila

a luz hesita
vejo outros planos

num bater de asas
a pedra exasperada
é torre de loucura
o tempo transtornado

todas as palavras falam desse abismo
estacionadas no ar

Londres, maio de 2008

2 comentários:

  1. Se há abismos, também há asas. E quando não houver mais asas, haverá o vento, a luz.... e mais. Eu creio nisso, de verdade.
    abraço

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  2. asas
    que falar desse olhar
    por sobre a pedra
    luz onde o ar se rarefaz
    música
    dê meu nome ao vento vivo
    que uiva
    onde o abismo se desfaz...

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