segunda-feira, 20 de julho de 2009

VISITA DA VELHA SENHORA






São Tomé sempre quis ver
o simples ver para crer
outro dia quase vi
na pena que muito senti

para quem vida não tem
morte certamente não vem
no certo do que tem que ser

ontem ou ante-ontem
prometeu-me vir a malvada
apareceu em seguida frustrada
por ter sido mal amada
e começou a mentir

disse que era encantada
que me pouparia no fim
só não disse a danada
que ainda me quer só a mim

virá perversa e sutil
entrará na casa pequena
pela fresta da janela
atraente loura ou morena
e não será outra mas ela
entre tantas outras mil

a promessa doutro dia
trouxe muito desengano
no que virei a perder
neste jardim já deserto
de certezas cheio de enganos
onde é fácil prometer
de tristezas alegria

gosto de tudo que tenho
não gostei do que não tinha
da loura que prometia
à morena que mentia

impaciente acordei
do sono do sonho da rinha
onde todo o tempo briguei
com quem deixou de cumprir
o que estaria por vir
na lembrança ou esperança
de água doce e bonança
da vida que tenho remida
nas penas de meu querer
que claro não quero perder

Rio, julho de 2009





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