havia luz no sorriso do mar
era verão
de repente um calafrio
lá dentro na alma
na claridade azul do céu
obscena a ciência revela sua intimidade
elimina os sentimentos decentes
a imaginação dói
defendo-me do calor da pedra
mas não vejo o sol
nem homens
mas um sentimento estranho
mói
o que me ficou
a casa no cosmos
que não tem nome
foi terra que o mar derrotou
fora o tempo humano
sobrevive à única sombra
derradeira
do aquecimento [global]
já não há quem cante
ou se debruce à janela...
isso me faz mal
Rio, novembro de 2009
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