sábado, 9 de janeiro de 2010

A BUSCA DO SENTIDO








cada palavra é o universo inteiro
fonte de onde a água flui
de rústico penedo
sede
de todos os meus medos

cada palavra atrás de erros
segue
meus erros

e finda a vida quase
ansiosa
do sutil entendimento

procuram-se palavras
onde a alma hesita
vaga
nesta selva escura
em busca do sentido
do que é onde quer que exista
a palavra maior que o mundo
capaz de decifrar todo o segredo
do meu degredo
a este abismo fundo

palavra que procuro
entre amigos
ou a sós comigo
onde estás?

o tempo faltará
e nada contará o vento


Rio, janeiro de 2010



2 comentários:

  1. Faltam-me palavras, para dizer da beleza deste poema, Flávio. Que poema.

    beijo, bom final de semana.

    Nydia

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  2. Nydia,
    Obrigado. Sua apreciação positiva sobre o que escrevo, mesmo nos momentos de dúvida essencial como a que me agride recentemente, ajudam-me a superá-la. Por outro lado, a leitura das delicadas tecituras dos seus poemas encantam-me pela facilidade com que você consegue combinar sentido e forma. Têm estado lindos!

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