sábado, 23 de janeiro de 2010

CONSTATAÇÕES






não me engana a morte
nem me tenta a sorte
e sendo isso tão certo
vivo de muito sentir

diante do espelho embaçado
vejo quem deve morrer
mas vive por muito querer

porque penei nem sei
peno sem razão
só me fere o coração

mas tenho medo confesso
de amar o que desconheço
obrigado pelo destino
e pela sorte ao avesso
começo por onde termino
termino quando começo

vivo sem desenganos
conheço todos os danos
nasci para amar viver
para renascer e morrer

não tenho horror de morrer
o que temo é deixar de viver

Rio, janeiro de 2010



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