domingo, 31 de janeiro de 2010

INDAGAÇÃO CÓSMICA









indiferente às vagas o vento sopra
e o mar encrespa
grisalho submisso embriagado

quando o vejo assim
imenso abandonado à própria sorte
em movimento
pergunto dos desígnios supremos
que impõem a um gigante
persuasão em sopro
mas não convecimento

confuso entre forças
espero a luz tênue da lua
a governar maré montante
e seu vazante

o aleatório cósmico
do caos à ordem
cria o transitório das belezas
de embates e explosões
atrações
negras destinações
nas gravidades celestiais
fogos do Artifício
a declarar caduco o nosso tempo

e o Titan que se fez homem
vaidoso
dedica à força humana
o que lhe escapa

uma espécie de animal
recusando a verdade que o chama

deportado em mar revolto
balança inconsistente sua chama
inteligência de tudo
mas sem força de mudar
a força sobre humana
do cosmos reordenado caos

o que nos aquece
as nuvens negras de uma estufa
ou indecifrada regra
de explosões solares
na mecânica dos astros
em sua dança eterna?

já Michelângelo na Sixtina nos expunha
ao homem-Deus que a si mesmo retratava
insolentemente dominante
sobre a terra que ocupamos
provisoriamente...

Rio, janeiro de 2009



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