...se não me queres
e o que temos não basta
se me rejeitas
e o que construímos não conta
saio a recitar pelas ruas
o poema das pedras
que não se movem e não falam
que nada sentem nem mentem
que não florescem
porque não têm segredos nem verdades
não me esqueço de nada
não me despeço
as palavras que tenho são interditas
os gestos são apenas outros gestos
que se perdem de vista
dói-me este tempo
intervalo de sombras
entre o dia claro
e a noite densa
dói-me querer mais
e a certeza de não ter
Rio, março de 2010
Música, imagem e reflexão ao mesmo tempo, com toda a força que o lirismo filosófico (tão seu) pode proporcionar.
ResponderExcluirMais uma vez, belíssimo!