segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DISSONÂNCIA






desfolhei cada palavra do enigma da incompreensão
e não entendi a vida
mas canto enquanto a tenho comigo
e não estou alheio a cada gesto em todos que compõem meu universo

diante de palavras amo as belas
sopro as raras para que não fiquem
e sonho que meu canto um dia ecôe
o rumor do humano

tocado pelo sopro do que não vejo além
temo a pessoalidade míope do que sinto
em notas dissonantes que buscam concordância
entre o sonho e o real

e dói-me a dúvida de sobrevivendo embora
tudo não passe de um vício
e o encanto dessa música que para mim é tudo cesse
aqui mesmo depois do ponto final

Rio, setembro de 2010




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