pode ser que amanhã seja outro dia
cansado de repetir-se
depois de tanto tentar ser diferente
esse tédio é peso pedra submersa
não é pássaro
que farei desses dias que me sobram?
iludir-me apenas com os que faltam?
fingir que sei o que não quero?
ou sem mais
sem nome
rente ao chão
deixar-me ir inutilmente?
tudo passou
pouco restou
sob o sol a sombra
que à noite se dissolve
digo homem
falo gente
nesse imenso sono que me abate
e me pergunto
que fui eu?
Rio, novembro de 2010
Sei tão bem deste cansaço, Flávio. Belíssimo poema! Tocou-me de forma intensa. Abraços, Nydia.
ResponderExcluirNydia,
ResponderExcluirVocê é presença obrigatória em meus momentos de poesia. Vejo-a ativa e a admiro também por isso. Não há tédio em sua vida, há a alegria [a+a+a] de criar e você excede em seus ensaios sempre prontos. Quando virá seu livro? Abraço, Flávio