quarta-feira, 4 de maio de 2011

AMOR SIDERAL





já cantei o amor sem endereço
que achei no escuro
e agora brilha
na cauda de um cometa


vertigem da passagem o rastro luminoso
soprado pelo vento
finge-nos perdidos no espaço sideral
mas eis-nos sós
só nós dois


amantes diante do nada
do espaço antes vazio
ainda ferem-nos escolhos
de naves abandonadas
inútil lixo espacial


descabelados ganhamos a velocidade do tempo
rumo ao futuro
e nos amamos nos intervalos
entre o que somos e o que seremos
para vingar quem nos impede
o empuxo final


venceremos a força da inércia
nessa engenharia cósmica
cheia de energia
do amor que nos impele
e tem as engrenagens encravadas
na delícia de teu beijo


Rio, maio de 2011.



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