[...em busca da identidade...]
hoje pergunto o que não me responderás
como vives quando não estás comigo
o que fazes
que direção tomas
qual o lado em que estás
quantas palavras usas
quantas para comunicar-se
poucas
e os gestos para enfatizar
e tentar entender
muitas palavras
ou algumas para desentender
falas na busca pessoal de encontrar
a quem queres
a que horas dormes
e acordas
dormes só
adormeces ao deitar
ou busca a costela ao lado para recostar-se
e não dormes mas refolegas
na ilusão do amor
que o prazer dá
pergunto pergunto pergunto
não me cansarei de perguntar
porque é difícil a solidão
e muito remoto o esforço de comunicação
a outra pessoa é o outro
aquele cuja vida vivida desconheces
céu ou inferno
no ideal que seria conviver
e intensamente conhecer
a verdade íntima que nem é sua
nunca será
é do outro
mas psicologicamente
afetivamente
completa o sentido de viver.
Rio, janeiro de 2011.
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