no ritmo romântico de outros tempos
eu bem queria
ter vinte anos novamente
e viver intensamente
de que vale ser poeta aos setenta anos
e cantar um amor intenso e decadente
para a morte pilhar-me de repente
e desamparar a quem amei
por uns tempos só
para que volte a amar um vagabundo
basta o que sou errando neste mundo
quebrei os sonhos do passado
deixei minha alma em um dos escaninhos
onde se esconde o esquecimento
sinto o presente como o futuro não sonhado
muito mais verdadeiro que a vida
não tenho cura nem cura quero
deixem-me viver os últimos suspiros
do amor que tenho
ainda que poeta e sonhador
não me maldigam estou livre
nesta orgia sem fim do fim de vida
quando todo o encanto se evapora
e fico só à beira do caminho
Rio, março de 2012.
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