segunda-feira, 19 de março de 2012

FALTA-ME O POEMA



escrevo no silêncio 
ouço vagamente os toques intermitentes  do teclado
começa a madrugada
o sono não vem
leio as palavras de meus versos
sem crer



foi um dia vazio
passou como um olhar distante
que nada registra do que vê 


nem alegria nem melancolia 



não tenho a memória desse dia
tenho a sensação
e de repente vem a noite
sem estrelas sem luz da Lua



são duas horas do amanhecer
as palavras soletradas
são sinais frios
esquecido entrego-me a escrevê-las
hesitante
dormirei sem o poema

 Rio, março de 2012.





Um comentário:

  1. Pois,que as vezes o poema surge do vazio e do silencio que nos permitimos!Quem sabe ouvistes somente a batida do teu coração,mas não acreditaste quanto era belo?
    Graça

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