terça-feira, 13 de março de 2012

MEU BARCO



alguma coisa aconteceu
o meu barco está sem rumo
as estrelas do céu não me ajudam a navegar
o oceano bate impiedoso
há pedras à frente talvez terra
e um cais onde ancorar
cabe tentar
não naveguei a vida toda 
para receber a morte
assim de maneira imprevista
o oceano é largo
mas a batida do mar forte 
é ameaça antes do cais
vou vendo o que o mar me reserva
traiçoeiro por vezes
imprevisível ele é
preciso medir as ondas para não me deixar enganar
o tempo é a grande medida
inevitável é a morte
de que não se pode escapar
mas se a pedra rija   
e o mar impetuoso
não insistirem teimosos 
a quilha talvez intacta
talvez talvez talvez
ainda possa aportar


Rio, 13 de março de 2012.



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