talvez haja singulares neste mundo plural
de mediocridade o coletivo da gente
sobre a terra fria
seja inverno ou pleno verão
nunca tanto a realidade me escapou
talvez porque nasci como todos
e sou parte dessa mesma exterioridade
companheira de minha solidão
onde estão os singulares
onde os encontro
no meu errar inconsequente
em busca da compreensão
aprendi-os talvez no mito do passado
pensei entendê-los em sua lida
se verdadeira ou falsa não sei
e entretanto
o universo é o mesmo
mesmos são os homens
iguais as mulheres
mas havia sábios guerreiros e santas
sob o mesmo céu
hoje é dia de indagação
de questões sem solução
na prova de viver setenta e um anos
e ver nascer sete bilhões
que não farão vingar a alegria
de fazer o que não fizemos
em tempo de salvar o que nos resta
neste planeta singular
mas porque me pergunto se não sou responsável
nem singular entre homens e mulheres
que apenas sobrevivem
em meio à beleza do que somos
inconsequentes
na rota desconhecida do universo
de que só consigo este verso
quem somos porque somos para onde vamos
em nossa triste rotina de destruição...
Rio, abril de 2012.
Singularidade a tens,pois que versos não soariam com tanha beleza! Graça
ResponderExcluirGraça é minha talvez única leitora, generosa, que me estimula a pensar que sou poeta...obrigado, Graça!
ResponderExcluirPara a poesia ,Flávio, bastam as letras,as palavras para que o coração e a sensilidade desenhem seus versos e,as pontuações:esta a vida promeve! Graça
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