segunda-feira, 22 de julho de 2013

A NOITE ILUMINADA

[recuperando versos antigos para Beatriz Azevedo]

a noite que pressinto é clara
vem do azul profundo a luz que a alumia
na espreita malandra da aurora
atrás em céu escuro
da luz de estrelas 
irmãs do sol que ignoram

a noite rege o coração
não o que bate sessenta e três vezes por minuto
não o que sangrento tinge quadros santos
não o coração que nunca tem razão
mas o coração que ama
racional e intelectualmente a vida

sim às noites sou apaixonadamente claro
os olhos encantados por constelações de amores
humanamente decidido a viver a vida
como antigo marinheiro sobre a gávea
a encontrar versos nos cais distantes
e a magia iluminada de pensar poemas


Roma/Rio, janeiro de 2003/julho de 2013
  

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