isolei-me na fantasia
da confusa vida
para deixar de fingir o que não sou
e vejo
destaco o que sinto e o que não sinto
reconheço o que deixei de sentir
em monótona busca
do vazio de ser
aguardo o futuro curto
de um tempo excessivamente longo
que não se vê e pouco vale
nos dias antecipadamente perdidos
severo penso na solene despedida
dispensável pois serei alheio
ao passageiro lamento
consciente em meu tempo
fui o que pude ter sido
mas só ali me tornarei meu dono
Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2023
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