MEU DECÁLOGO
I
penso por exclusão
em paralelo
do que sou
convergente
em linhas divergentes
destemido
mas hesitante
insistente
reconhecido
desconhecido
incongruente
e quem sabe já vencido
nada do que procuro acho
nem nada nem ninguém
II
não penso
pra que inteligência
só p'ra ser
o que não sou?
III
no vazio
talvez me encontrasse
perdido nesse deserto
de sentimentos incerto
IV
olho-me no espelho
o espelho me olha frio
são olhos que me ignoram
a mover-se ao avesso
V
a emoção não me toca
são os neurônios
sinapses
que se chocam
VI
sinto mas
não sei dizer o que sinto
VII
a circulação não garante o coração
VIII
minto enquanto penso
assim não sinto
se penso sinto e minto
assim não penso
IX
o corpo deixa a alma
se não vivo
X
corpo
desejo
sexo e sensação
e onde fica o coração?
NYC, agosto de 2001
Poemaço(s)!
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