olho à janela ainda não é noite
o vento sudoeste sopra frio
o mar distante diz-me
que contemple o seu mistério
estou só comigo
como barco quase além do horizonte
esqueço
o que sou quem sou
nesse meu tempo de um instante
olho o marejar e as ondas que se vão
algumas partem sem sangrar
outras regressam no eterno movimento de chegar
a consciência vaga cada vaga
o céu azul outrora
queima
os últimos instantes do sol
tive nesse instante a ilusão vivida
mas pouco importa
ainda tenho o céu e o mar
e a pena que tenho merecida
vi-a clara esclarecida
ao voltar à outra vida
Rio, agosto de 2009.
perto do mar, nunca se está completamento só... bom domingo, flávio. bjo.
ResponderExcluircito:
ResponderExcluir..numquam minus solum esse
quam cum solus esset
[Catão, por Cícero]
em tradução livre:
nunca se está só quando se está consigo
obrigado, bj