segunda-feira, 8 de agosto de 2011

MOMENTO FUGIDIO


ao momento fugidio


não há glória que resista ao final
talvez apenas a lembrança
e basta
tudo no mundo é passagem
afinal somos sempre mais um
a não ser compreendidos
a ser esquecidos
ou a ser glorificados
post-mortem


o amor é sentimento que se transforma
permanentemente
idealmente para melhor
se soubermos entender suas etapas
mas as vicissitudes podem ser sombra
ainda que ligeiras
mas verdadeiras


há-que saber entender o amor e a glória
para sobreviver sem mágoas
o que resta dos anos
nessa proximidade do fim


ah os sentimentos confrontantes
do amor e de um desamor não necessário
nem verdeiro
contam a história
dos zig-zags dos altos e dos baixos
em terceira dimensão
do ritmo do coração


de resto resta o resto que nos maltrata
no momento impróprio e subjetivo
de cada um
não há vidas convergentes
não se produzem coincidências absolutas
há paralelas cujo encontro é caminharem juntos
sem confronto


não joguemos partidas de xadrez no mata-mata
não nos peçamos convergências
nem nos demos xeque-mate


em amarmos o que temos
amamo-nos


nada me dará refúgio depois de tudo
o momento fugidio é este
há-que entendê-lo
sem que haja quem perca ou quem vença
no que ainda é a virtude
do passado que não se esquece
mas não se repete


tudo são palavras que soam gritos
e os entendo em clarões e sobressaltos
mas ainda espero que as leve o vento


Rio, agosto de 2011.







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