sábado, 12 de janeiro de 2013

ANGÚSTIA DA PALAVRA [II]


deixo falar as palavras
por si só encontrarão seu destino
não há porque intervir na natureza delas

sempre me pergunto quê fazer diante da encruzilhada
terão elas a mesma angústia 
ou não hesitam

o mesmo me pergunto diante de um espelho
sou eu aqui ou sou o outro
elas não se indagam

fácil é concluir que a angústia não lhes pertence
mas em mim revela-se
a cada palavra

as palavras têm sabor de tempo
diria o poeta
são frutos do olvido e do conhecimento

Rio, janeiro de 2013.


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