segunda-feira, 26 de maio de 2008

IS THERE HONEY STILL?



Nunca sei se enfrento a realidade quando estou perto de partir
atraso o relógio para chegar a tempo

nada tem sentido velado
tudo parece muito claro

relógios não marcam horas no escuro

interrompo o que escrevo para clamar aos que a certeza toca
que não pertenço a nenhuma geração
mas encontro razões ocultas em cada coisa que vejo
nessa erma noite da dúvida

I look upon the sun
to see black upon my eyes
bewildered

os detalhes incomodam a paz que nunca tenho
onde termina a estrada?

aqui é dia e um sol tímido clareia a relva dourada
a chuva cai
tenho comigo a estrada que me obriga a olhar à frente
e ver o emaranhado das encruzilhadas
nós e o nó

o tempo esvai-se

time and time again
so I have to read it again
so I have not left
so I stay
I insist in staying
elusive

são tão breves os dias
são tão breves os anos...

que horas são?

parece tão clara a brisa...
e a névoa?

I have to read it again from the beginning
whispering through twisted lips

as decisões que não tomo

where there is peace
clouds adrift in clear sky

imagem de quem quer ver
para conhecer o sossego no desassossego
de encontrar o tempo

I should find it. Strange is to imagine
that I have to leave
to stay prisoner of my self

medo do que deslembro da emboscada

em cada tronco esgalhado da excitante solidão

que importa se eu não publicar mais nada?
deixarei alguns amigos sonambúlicos com o que escrevi
e não entendi

a verdade é talvez não haver outro homem hesitante
que tanto indagasse da partida e da chegada
às dez horas da manhã

Is there honey still for tea?
[1]


Londres, janeiro de 2007.


[1] Rupert Brooke, The Old vicarage…

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