segunda-feira, 26 de maio de 2008

ROMA


Interrompi vida ao deixar Roma
e esperei que meu grito sufocado
os lábios secos de angústia
rompessem alhures em palavras
mas meus olhos escavaram a pedra dura
do puro desencanto.

Tudo é como ruínas em fundos desenganos
nas escuras catacumbas labirínticas
habitadas de mitos de bravura.

Caminhei porque sem caminho nada sei
horas sem fim
para encontrar meus olhos meus ouvidos
e a palavra
mas só lembrança restou no frio mármore
de colunas elegantes.

Bem sei há outra face que os deuses revelaram aos eleitos
dessa crença de que o homem é feito
de barro e alma no meu caso ressecados
a água é morta.

Nem se trata de crer em deuses no Cristo dos altares
o tempo é findo
e Roma eterna resta eterna.

Meu sorriso de saudade quando a lembro ilumina
a história verdadeira de um amor em minha vida.

Londres, novembro de 2006.

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