REALIDADE E SONHO
o sonho que não me opõe à vida
a poesia adota
e não sinto tédio nem passar o tempo
que me vem de um céu de ficção
já tão antigo quanto o próprio deus
não abandonei o animal gregário
da luta quotidiana
não me perdi sem prazo
nem menor me tornei
há um lugar sob a luz que me ilumina
onde a clareza é minha liberdade
e meu ofício torna-se verdade
escrevo
para fazer do tempo esquecimento
no artifício de sabê-lo cósmico
sob humano tacão
o amor da vida tem assim lugar
em cada instante
na revelação do código do verso
que me conduz ao universo
de quem me fiz amante
com o sol e seu calor
reentendi a vida
e reencontrei o sonho
quando caminho e canto
minha razão
sou eu quem mudou
e falo aos céus
entenderão...
Rio, janeiro de 2010
Nossa... Que poema Flávio. Fantástico. Estes dois primeiros versos são antológicos. Vão correndo lá para o meu lado direito.
ResponderExcluir"há um lugar sob a luz que me ilumina
onde a clareza é minha liberdade"
Quero estes também. :)
Beijo, boa semana!
[poema é como uma arma carregada: depois de disparada para o ar, nunca se sabe onde alcança a letra o alvo]
ResponderExcluirum imenso abraço
Leonardo B.