domingo, 1 de junho de 2008

CONSTATAÇÃO




Às vezes vem-me a nostalgia
de pensar na amargura de quem suprimiu o sonho
para viver da fantasia das notas
que não lerão os dias.

Perversa vida que faz do verso o seu reverso
na eternidade perdida
de quem esquece a purificação do entendimento.

Nada o salvará da implacável lei do universo
já não cria
recolhido a si mesmo encarcerado
agride o momento que lhe foge
monocórdio
apenas sobrevive ao tempo sucessivo
atormentado
dessa terrível armagura...

Londres, maio de 2008

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