terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PALAVRAS AO VENTO



há perigo em navegar
quando me arrisco em palavras
que a brisa traz e o vento leva
beliscando a solidão


se saio ao mar
sempre sossobro
sem conseguir navegar


a intuição é um olhar
aqui da janela de casa
perco-me a imaginar
o que haverá depois das Cagarras


há lá certamente
vida inteligente
que não encontro mais cá


mas 


em um outro momento
penso
ops! esqueci-me
que estou do lado de cá
faz-se aí o tormento
pois aqui inteligência não há


consequentemente


ponho-me a cantar
o Rio as praias e o mar
vejo os rapazes ao sol
e as meninas [ai quase nuas]
que os querem amar





a saudade me faz arriscar
palavras de alegria
de apenas lembrar
que no tempo tive o meu dia
de pegar meninas nas ruas

assim


se canto me arrisco e navego
antes de por-me a chorar


Rio, fevereiro de 2012.




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