quarta-feira, 7 de maio de 2008

VEM (MORRO!


[composto em 1999 reformado em Londres em 2008]

Vem chega de mansinho
traz o sussuro do carinho
que preciso viver para morrer
ainda a meio do caminho.

Vem chega logo vem
diz
porque a vida corre
p’ra fazer passar (e não socorre) aquilo que parecia feliz e foi mera sobrevida enquanto só (ninguém mais) o destino quiz.

Vem vem comigo viver o conhecido
pensamento concebido para enganar
e não viver
resumo de tempo passado
horrível tempo
vivido só p’ra acelerar não p’ra saber.

Vem vem calma a morte
com sorte
já venho também.

Vem deixa acontecer em paz o amor tranquilo que a pena em morte (e só ela) traz.

Vem não me deixe só eu não vivo
morro.


NYC, agosto de 1999

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